Primeira semana: dias de raids

Nos dias 29 e 30 de março tive a oportunidade de acompanhar duas transmissões ao vivo do Pedro, enquanto ele jogava World of Warcraft. Este game é um MMORPG lançado em 2004 pela Blizzard. Para mais detalhes sobre o WOW é só acessar o seguinte link: https://pt.wikipedia.org/wiki/World_of_Warcraft.

No dia 29 eu mais observei e preferi me manter em silêncio no bate-papo. A transmissão estava sofrendo alguns problemas técnicos, com uma taxa de framerate do jogo bem ruim. Pedro conseguiu contornar essa situação no dia seguinte, com a ajuda que algumas pessoas da audiência enviaram. Já no dia 30, com a taxa de framerate melhorada, mandei algumas mensagens comentando sobre o jogo e saudando Pedro e o restante da audiência. Foi neste dia que que o Pedro me explicou um pouco do que estava acontecendo no jogo.

Apesar de estar familiarizado com o gênero e o universo de jogo do World of Warcraft, além de reconhecer a popularidade do game, eu particularmente nunca entrei em contato profundo com o jogo. Já cheguei a jogar, muito brevemente, porém o modelo de pagamento de mensalidade para acessar o game nunca me foi muito atrativo. Sendo assim, o que se passava na transmissão do Pedro era muito misterioso pra mim. Ele e mais um grupo de jogadores estavam envolvidos em desafios finais do jogo, isto é, um conteúdo do jogo acessível apenas para jogadores veteranos e experientes.

Pedro explicou que eles estavam realizando as Raids, que é quando grupos de até 40 pessoas se reúnem para concluírem conteúdo final do jogo. O que é esse conteúdo? São masmorras e chefes finais do jogo. Além disso, o grupo de do Pedro realiza as Raids na dificuldade mais alta do jogo, chamada Mítica (as outras são Normal e Heróico). Essa dificuldade necessita de uma coordenação grande do grupo de jogadores, sendo que cada personagem tem uma tarefa específica para que se obtenha sucesso no empreendimento.

Sendo assim, consegui entender um pouco do que estava rolando no jogo, apesar de não entender as mecânicas e habilidades de todo aquele contingente de personagens na tela.

 

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Captura de tela mostra um pouco do número de atividades acontecendo ao mesmo tempo na tela de jogo / transmissão.

 

 

Por fim, alguns apontamentos sobre o canal do Pedro: é possível perceber que é uma comunidade pequena e engajada. A audiência é pequena. Nos dias que eu acompanhei, não passou de 20 pessoas acompanhando a transmissão. Não são apenas amigos do Pedro que assistem, mas outros interessados em World of Warcraft também. Durante a transmissão, Pedro permite que o áudio do grupo de jogadores que estão fazendo a Raid seja ouvido. O que é interessante especialmente para esta etnografia, pois permite entender como eles se articulam para jogar.

Outro detalhe que me chamou a atenção é que o Pedro dispõe no seu canal uma imagem afirmando que a transmissão é “LGBT friendly”, ou seja um espaço amigável à diversidade de gênero. Apesar do debate de gênero não ser um aspecto de investigação da pesquisa, essa questão levanta reflexões quanto a performance do canal. Se for levado em conta que o conceito de performance é mostrar-se fazendo algo, um canal que se identifica como LGBT friendly mostra que faz parte de um tipo específico de comunidade. De qualquer forma, essa é uma reflexão que merece maiores desdobramentos e é de grande interesse desta investigação.

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Último banner da captura de tela mostra a imagem “LGBT Friendly”

 

 

Primeira semana: dias de raids

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