Primeira entrevista

Após um certo tempo de recesso de escritas aqui no blog, retorno com comentários sobre a primeira entrevista realizada. Não estive ausente à toa. Foram meses de muito trabalho, envolvendo a finalização de artigos e a realização de pesquisas. Tudo que foi produzido, eventualmente vai aparecer aqui no blog ou na dissertação final.

Tive a oportunidade de escrever dois artigos: um específico sobre o Twitch e outro sobre etnografia (método escolhido para esta pesquisa e principal motivo de existência do blog). Sobre o primeiro artigo, este foi uma colaboração entre a Sandra Montardo (minha orientador), Suely Fragoso (professora e pesquisadora da UFRGS), Mariana Amaro (mestranda da UFRGS) e eu. Foi uma experiência incrível, que me auxiliou a abrir ainda mais a mente e perceber coisas novas no Twitch.

Nós conduzimos um questionário online, que acabou recolhendo 177 respostas. O instrumento ficou disponível entre os meses de dezembro de 2015 e final de janeiro de 2016. Não vou entrar em maiores detalhes agora sobre o questionário, pois quero apresentar os resultados em breve, quando o nosso artigo for publicado. Eu quis levantar este assunto, pois enquanto estava divulgando o questionário para streamers e audiência do Twitch, conheci algumas pessoas. Conversei brevemente com alguns streamers e prometi entrar em contato novamente para realizar uma possível entrevista. Naquele momento, alguns foram receptivos à ideia. Porém, em um segundo contato, fui amplamente ignorado.

Fiquei um tanto decepcionado, não pelo fato de ser ignorado, mas por não poder acessar toda a riqueza de detalhes que os possíveis entrevistados poderiam me fornecer. De qualquer forma, parti para outras abordagens. Já há algum tempo sofria com a dificuldade de entrar no campo de pesquisa, com parceiros de pesquisa mais firmes. Por mais algum tempo fui patinando nesse sentido, entrando em contato com streamers que simplesmente me ignoravam. Não há a necessidade de citar nomes aqui, afinal esses personagens tem suas vidas e outros assuntos que merecem atenção.

Até que no dia 27 de março de 2016, perguntei para uma amiga gamer de Porto Alegre se ela conhecia streamers do Twitch. Ela acabou me indicando o Pedro, designer freelancer e jogador de World of Warcraft (mesmo jogo que ele realiza transmissões). Entrei em contato com o Pedro e no dia seguinte já conversamos via Skype. O roteiro da entrevista foi quase nada estruturado, e deixei a conversa fluir um pouco mais, perguntando sobre ele, suas motivações para utilizar o Twitch e realizar streamings. Também perguntei sobre aspectos da plataforma, pontos positivos e negativos no Twitch e assim por diante.

Ainda preciso realizar a transcrição da entrevista, mas gostaria de fazer alguns breve apontamentos do que o Pedro me disse:

  • Jogar e realizar streaming é como convidar amigos para ver você jogar em casa. A motivação do Pedro gira em torno das interações com outras pessoas, que opinam na sua partida ou apenas conversam sobre outros temas;
  • Segundo o Pedro uma transmissão que atrai audiência se baseia muito mais na capacidade do streamer em interagir com seus viewers, do que a habilidade no jogo. Ele explica isso por suas próprias experiências;
  • Uma das desvantagens do streaming é a necessidade de configurações muito técnicas e gerenciamento de diversos softwares. Afinal, o Twitch exige que você instale no computador um software de terceiro para realizar a transmissão. E, dentro desse software, precisam ser configurados questões de áudio e vídeo. É bastante complicado para o streamer, que deseja ter um canal atrativo, gerenciar várias telas. São telas de jogo, de softwares, conversas da audiência e etc.

A conversa com o Pedro foi muito produtiva e espero continuar acompanhando as transmissões dele para realizar a etnografia. Por enquanto, realizei apenas uma entrevista preliminar. Em breve terei mais dados para apresentar aqui no blog.

Primeira entrevista

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